sábado, 30 de junho de 2012

A polêmica inclusão digital do “indígena” e sua consequente perda de identidade.



Comentar sobre povos indígenas, num primeiro momento, nos remete à idéia de preservação desses grupos que durante séculos foram dizimados e roubados. Mas, com a invasão à cultura dos índios e a ligação dos mesmos a uma vida agitada, movida pela cobrança de mais conhecimentos e preparo para enfrentar o mercado, hoje é difícil localizá-lo como um grupo que ainda mantém seus costumes e tradições.



Trata-se de um assunto dos mais polêmicos a inclusão da informática nas aldeias sempre causa polêmica, pois ainda existem os que preservam a cultura tradicional do índio com unhas e dentes, imagine o significa para estes instalar um computador conectado a uma rede global, numa aldeia. Mas o qual é o conceito de “índio legitimo de aldeia” e “indio não legitimo de aldeia”. Há que se separar tais conceitos e a partir daí planejar a inclusão digital ou não. O “indio” que usa shorts, havainas e camisa do corinthians talves esteja mais propenso a realidade digital, uma vez que vivem como qualquer outra pessoa, com direitos e deveres, sendo entendido aqui que talvez seja para eles uma necessidade possuir um computador no mundo capitalista em que começam a figurar como sujeitos da história, uma vez que suas verdadeiras raízes se enfraqueceram e, hoje em dia, não há mais todo o referencial dos antepassados.



Os índios não legitimos ou se preferirem pretensos cidadãos brasileiros não devem estar for a do contexto dos conhecimentos e das culturas que lhes permitam melhorar suas condições de vida, em acordo com padrões culturais e formas de organização social que eles não pretendem abandonar. Já para os indios de raiz com suas tangas e pés descalsos que nunca ouviram nada sobre chinelos, corinthians e modelos de bermudas, essa invasão da cultura externa tende a um resultado negativo de perda de identidade, pois, imagine o índio “puro” em sua essência que ainda não teve um contato prolongado com os “brancos”, mas vive isolado nas matas, e, de repente, vê sua aldeia ser invadida por uma máquina moderna capaz de mostrar o mundo lá fora e poder divulgar a vida daquele grupo.

Será que isso ajudaria realmente na preservação ou na modificação da cultura desse povo?



Mas, até que ponto isso é realmente uma forma de inclusão digital? Será mesmo necessário levar mais um elemento invasor a estes povos e trasnformar suas vidas? Não nos esquecamos de que forma são passadas aos indigenas sua cultura passada, seus costumes, tradições sua hierarquia e organização de mestres, chefes e pajés. A cultura indigena e os comportamentes ensinados pela mesma são passados, em muitos casos, oralmente, e por modos e comportamentos ensinados e usados por todos. É o caso de grupos que ainda mantêm seus rituais em momentos tristes e alegres da tribo. E que se sentem violentados com costumes impostos como o dever de saber ler, escrever e viver dos “brancos”.



Portanto, o bom senso de liberdade insinua que deve ser dada a faculdade aos índios de se posicionarem e legitimarem tal escolha, ou seja, a Internet somente deve ser dada se estes provavelmente “índios não puros” que realmente quiserem, pois no mundo virtual a realidade mistura todos e acaba mexendo na identidade de seus navegantes.



Créditos Das Imagens Google/Picasa


Um comentário:

  1. Bárbara,
    Parabéns pela pertinente abordagem Não vejo porque os indios tenham que viver isolados do progresso e alheios às tenologias da Pós-modernidade. Ora, como vc abordou na sua apresentção - Indio quer Internet, Celular e Redes sociais. Acho que eles estão certos e viva o progresso com sustentabilidade. Deixo meus blogs para visitas, que agradeço:

    http://loucosportecnologias.blogspot.com.br/

    http://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/

    http://claudiamartinsemconexao.blogspot.com.br/

    Forte abraço

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